domingo, 17 de maio de 2020

Pensando sobre a Inclusão Escolar e as famílias: nos tempos de Pandemia.


Em tempos de isolamento social, fico pensando nas crianças com deficiências e desenvolvimentos atípicos. Também na angustia de suas mães que perderam os espaços de terapias que garantem o desenvolvimento fundamental para seus filhos e, para além disso, a questão das escolas, que mal dão conta das aulas online, cheias de improvisações para crianças neurotípicas, e ainda têm que lidar com a Inclusão Escolar.

Nestes mais de 2 meses de nosso isolamento tenho conversado com muitas mães atípicas, Mães Fênix, como costumo chamá-las. Nenhuma delas relatou qualquer história de sucesso na área da Educação Inclusiva à distância. O máximo que escutei foram os esforços dos professores da sala em trocar uma ou outra comunicação com a família, mas nada perto do esforço que fazem para aulas online para as demais crianças. E muitas podem comparar, pois têm outros filhos sem deficiência.

Sem materiais, sem apoio, sobrecarregadas no dia a dia das tarefas da casa, dos outros filhos, dos pensamentos sobre como fazer para por comida na mesa, seguimos num looping de sentimentos, entre eles o de abandono das Instituições que acolhiam nossas crianças,  principalmente a ESCOLA, pois é nela que deixamos nossas crianças todos os dias, por várias horas, para que se desenvolvam, socializem, aprendam e que também ensinem aos demais sobre a DIVERSIDADE e RESPEITO, pois isso nossas crianças são mestras para nos ensinar, basta estarem abertos para aprender.

A pedido de uma profissional que faz a diferença por onde passa, um Professora Coordenadora preocupada também com nossas famílias e suas crianças, saiu a ideia deste vídeo.

Espero que não se transforme num monólogo, mas que possa virar conversas entre pares de professores, entre família e entre outras mães.

Não podemos deixar nossas crianças sem atividades. Elas, mais que todas as outras crianças,  precisam ser estimuladas precocemente durante este processo de desenvolvimento da infância.
Temos que pensar, temos que criar estratégias e lutar por elas, mais do que nunca.

 

terça-feira, 3 de março de 2020

Maternidade atípica. Lugar de fala




Aí vc está conversando com mães sobre  as  dificuldade que passa por conta dos comportamentos de seu filho autista ou com alguma outra deficiência.
Pode ser desde escovar os dentes, cortar o cabelo, uma birra no supermercado, etc.

De repente, a gente escuta: "Ah, mas isso qualquer criança faz!" e outra diz: "Sim, meu filho uma vez fez..."

Sim, seus filhos não são fáceis e a maternidade não é fácil.

Todas nós passamos por situações complicadas com nossos filhos. Mas crianças com TEA não fazem porque todas crianças fazem, você não precisa procurar uma profissional em Terapia Ocupacional para ensinar seu filho a escovar os dentes, você não é nocateada tentando levar seu filho para o banho, você não tem entrar numa fila preferencial porque sua filha não consegue esperar e ainda ter que explicar para a operadora de caixa que não está infringindo nada, pois sua filha é autista. Você não tem que escutar das pessoas que deveriam ensinar seu filho, que não está preparada para ele.

Não, nossa maternidade não igual. Até porque muitas de nós temos filhos neurotípicos e sabemos a diferença, assim como sabemos a diferença de como são tratados e como somos tratadas.

Sim, seus filhos fazem coisas parecidas.

PA RE CI DAS.

Tem mulher que fala em sororidade, mas anula nossa maternidade apítica na primeira oportunidade, porque não existe rede de apoio de verdade.

É legal falar em sororidade. Mas ainda é uma realidade bem distante quando sua amiga tem um filho atípico.

A mães típicas, ao verem a maternidade atípica, ou acham que somos "escolhidas", ou nos chamam de especiais, e ainda dizem que nossas crianças são só crianças como as delas.

Mas a questão é: seus filhos logo sairão de casa, terão sua vida independente. E nós?

Muitas de nós não temos esse prognóstico para o futuro de nossos filhos.

Quando uma mãe atípica te disser algo sobre a dificuldade da maternidade dela, tenha mais empatia, nossos filhos são crianças em condições completamente diferentes, isso deve ser levado em consideração.

Nós somos diferentes.

Mães típicas pode nunca vir saber o que seja essa diferença, pois é algo que se passa na nossa pele. Portanto, respeitem nossas demandas desta maternidade.

Sim, existe coisa de criança. Mas existem coisas que são do nosso lugar de fala.

sábado, 15 de fevereiro de 2020

Não voltaremos para casa sem ARTE.







Hoje a tarde foi de INCLUSÃO no Sesc Vila Mariana.

Fomos muito apreensivos para esse show, pois no último deu no que deu no show Crianceiros do Itaú Cultural.

Mas desta vez ele sabia coreografia, a letra, tudo!

Talvez tenha sido isso que nos deu mais apreensão ainda, pois já imaginou se ele fosse discriminado de novo por ser o que é e ir ver o que gosta?

Mas hoje foi tudo lindo!

Claro que fui questionada. Mas fomos compreendidos pelos funcionários do Sesc Vila Mariana. Com direito à abraço de uma delas ao final, pelo reconhecimento de como criamos o Léo.

O Léo não conseguiu ficar o show inteiro. Mas ficou em grande parte. No conector, pois do contrário subiria no palco e assumiria a bateria.

Ainda chegará o dia que não precisará do conector e assistirá aos shows com toda platéia.

Enquanto isso, não vamos privá--lo da ARTE.

Gratidão Grupo Triii!

Gratidão Equipe EntreMeio Intervenção Comportamental por trazer essa "diversão e arte para qualquer parte" no mundo TEA do Léo.