sábado, 24 de janeiro de 2015

Uma lembrança


Uma música, uma lembrança
As lágrimas já caíram sobre a ironia da vida.
Um sentimento, uma vazio
Um olhar

Coração azul anil.


O Lamento de Sísifo

Um coração partido
Um cão ferido
Meu peito abatido
Um capitalismo fodido!

A Ordem da Fênix



Este blog foi criado já algum tempo, mas devido o uso das redes sociais, e por uma questão de tempo, não fiz publicações aqui.

Mas as coisas mudaram, eu mudei, minha família mudou, o mundo se apresentou de outra forma.

Meu garotinho, presente de tudo o que é sagrado, foi diagnosticado com TEA (Transtorno do Espectro Autista).

O diagnóstico não é tarefa simples. Foram muitos exames e acompanhamentos multidisciplinares em terapias. Vou tratar deste tema aqui em outro momento. Foi uma etapa dolorida, cheia de esperanças e de uma verdade que por muitas vezes nos recusamos a enxergar.

Como na mitologia da Fênix, renasci. Não sou só apenas aquilo que era, sou mais, sou outra. Sou mãe de autista.

Ficou para trás o receio de assumir isso. Receio da piedade dos mais conservadores, dos preconceitos dos que ignoram o autismo. Receio dos pensamentos livres que acham que tudo é uma questão de ser. Somos o que somos e pronto.

Ainda receio os caminhos desta nova etapa. Os caminhos aparentemente são poucos, falhos e caros. O governo ainda está cru na garantia dos aspectos legais, nos deixam desamparados diante de tratamentos, intervenções, educação, enfim o caminho vai ser de lutas.

Meu garotinho é encantador. Entrou em nossas vidas e ganhou o coração de familiares e muitos amigos que, de diferentes maneiras, vêm nos apoiando.

Vamos iniciar nossa primeira etapa de intervenção, porém ainda estou muito insegura, mas é o que temos que fazer. Receio do que está por vir todos nós temos. Você que lê isso agora deve ter alguma ou algumas preocupações sobre o futuro, mas não há outra maneira senão enfrentar, não é? Enfrentar não significa ser forte, o coração aperta, as lágrimas caem, o pânico domina, a insônia faz parte, o pedido de socorro vem. Mas dentro disso tudo há uma fortaleza que me anima, o AMOR. O amor, o sorriso, a brincadeira, o beijo e o abraço, o olhar, a vida do meu garotinho, que a popularmente é chamado de anjo azul.

Minhas raízes são fortes e sol brilha muito mais que as tempestades. Essas raízes vão resistir e ainda vai dar frutos e sombra para quem precisar nesta aventura da vida autista.

Que assim seja.